domingo, 25 de dezembro de 2011

Pelos Caminhos de Ituverava - Nhoque da Fortuna





Nhoque é um dos pratos que me remete a terra onde nasci – Ituverava ou como costumo dizer a Grande Ituverava, afinal uma cidade que tem com satélites Ribeirão Preto, Franca, São Joaquim da Barra, Orlândia não poderia ser tratada de forma diferente.


Os caminhos de Ituverava são sempre acompanhados de um sentimento do retorno aos tempos da infância e adolescência, afinal sai de lá em 1975, indo estudar Engenharia Geológica na Escola de Minas de Ouro Preto em Ouro Preto e nunca mais voltei para morar.


Os caminhos que levam a Ituverava trazem boas recordações. Nos tempos de estudantes parte era de carona ou de ônibus e assim íamos chegando para os períodos de férias.  Porem as melhores lembranças está na época que meus filhos, ainda eram crianças, a viagem era uma grande diversão. A ansiedade para chegar logo na casa dos avós, onde o delicioso biscoito de polvilho nos esperava, depois encontrar primos e primas, jogar futebol pelas ruas, passar o dia no parque da cachoeira, ir ao jardim e para tomar um passear e deliciar na  inúmeras sorveteria da cidade era parte imperdível das férias dos meninos.

                                                           



                                                  Salto Belo - Origem do Nome - Ituverava

Mais ainda para meus filhos estas viagens significava entrar em contato com um braço da família com um sotaque diferente dos mineiros de Ouro Preto e Belo Horizonte, era muito legal. Os “R” puxados fazendo um som diferente em “porta” era sempre uma novidade.

No toca fita - Raul Seixas, Chico Buarque entremeados com uma boa musica caipira, não faltando Pena Branca e Xavantinho cantando a homenagem que o Vitor Martins fez para a cidade, As curvas da BR 262 ou MG 050 eram contornadas pelas histórias da grande Ituverava, esta era a forma de deixar os quase 600 km menos cansativos.

                                             Homenagem a Vitor Martins e Ivan Lins -- Praça 10 de Março


Depois um jogo de palavras, outras brincadeiras e tome estrada. Nas paradas uma boa conversa, pão de queijo com refrigerante e mais história para passar o tempo. Ao chegar a Uberaba uma ultima parada para levar um queijo para a avó Doca preparar as merendas diárias, depois ao passar o rio Grande a turma já ficava impaciente.

Em outros tempos a travessia do rio Grande era feita por uma ponto rodoferroviária, metálica  importada da Inglaterra. Esta ponte assistiu a revolução constitucionalista de 1932. Uma bela obra de Engenharia.

Ituverava traz muitas lembranças, a infância, o grupo Fabiano, o largo veio, o quintal com grandes mangueiras, os amigos, procissão, a Praça 10 março, a cachoeira, a estação, o carnaval com a Maria Cebola, o time campeão paulista de futebol de futebol no infantil colegial em 1970, assombração e no mais só pegando carona com Vitor Martins
Minha Ituverava
Sou o mesmo rapaz
Bebi da cachoeira
Tenho sede e quero mais




Outra bela recordação eram os almoços de domingo, onde normalmente tinha os primos com muitas crianças  e no menu invariavelmente vinha o frango caipira, um massa, macarrão ou nhoque, e assim por diante, Deste pratos o que até hoje faço questão de pedir logo ao chegar por lá é o nhoque, hoje feito com perfeição pela minha irmã Mara.

A receita da Mara e a seguinte: Primeiro fotos de minha irmã querida fazendo Nhoque
 
Ingredientes para 6 pessoas

1kg de batatas

2 xícaras de farinha de trigo

2 ovos

1 colher de manteiga

Sal


Modo de preparar:

Cozinhe as batatas com casca

Na água do cozimento coloque um pouco de sal e alguns galhinhos de manjericão
Quando as batatas estiverem macias, descasque e passe no espremedor

Acrescente a manteiga e os ovos, estes ligeiramente batidos
Junte a farinha e amasse com carinho até ficar bem misturado

Ate aqui tudo fácil à diferença vem ao fazer as bolinhas

Peque a massa e coloque num saco plástico com um furo em um dos seus cantos.

Vá espremendo a massa e cortando com mais ou menos 2 cm de comprimento diretamente na água fervendo - ao boiar tá no ponto

Escorra e jogue diretamente numa panela onde o molho já está pronto e fervendo





O molho fica a gosto. O meu preferido é all sugo:



7 tomates sem pele e sementes ou 1 lata de tomate pelado

Azeite
1 pitada de açúcar
1 colher de chá de sal
1 Cebola ralada média
2 dentes de alho picado bem fino
Salsa e manjericão picados

Preparo:
Aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho
- adicione os tomates, junte um pouco de água, o sal e o açúcar - deixe cozinhar até engrossar, cerca de 10 minutos. Para finalizar junte a salsa e o manjericão.




                                 Praça  10 de Março - anos 70 - (foto do arquivo bibliográfico da cidade)











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