quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




Drumond escreveu
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que deu o nome de ano, foi um indivíduo genial: industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Porque doze meses dá para qualquer ser humano cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente”. 


Será? Não tenho duvida, vai sim. Na verdade sempre fui um eterno freguês da esperança, acredito na fabulosa capacidade do homem em se reinventar, em buscar o novo. Não duvido nem um pouco que pessoas que percebem que o tempo está passando, vivem intensamente a beleza única do momento que nunca mais será.

2012 vai ser um ano muito bom - acredite.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MOQUECA DE CAMARÂO

Então me disseram que todo blog que pretende tratar de culinária deve trazer uma receita de moqueca de camarão. Com isso depois de várias receitas já publicadas, convidei o meu amor para preparar a moqueca de camarão, e me comprometi a experimentar, afinal desde o inicio do Blog assumi o compromisso de preparar e provar todas as receitas.

 Na verdade camarão não faz parte dos meus pratos preferidos. Diga-se por sinal este tal camarão quando chega aqui em casa é um transtorno, por mais que se embale, vários sacos plásticos, ainda deixa um cheiro no freezer, pior, contamina meus copos de cerveja que ficam geladinhos na porta do Freezer. Em nossas visitas a amigos em Aracaju sempre volta o tal camarão. Fazendo um parêntese: em Aracaju temos vários amigos, uma turma que dá prazer em sentar numa mesa e escutar prosa de todo tipo.  Os sábados são geralmente na beira da praia, com cerveja gelada, cachaça e o barulho das ondas de um mar maravilhoso. 

Não vou citar nome, pois a memória pode falhar o que seria imperdoável. Porém não posso deixar de citar os donos da pensão onde nos hospedamos, trata-se do Litrão, ou se preferirem, Carlos Amilcar Litwinski e sua patroa Dona Lurdinha. ou melhor Lourdes Fortes, de tradicional família Ouropretana, hoje dominada por um sotaque nordestino que faz inveja a qualquer sergipano desavisado. Já os Litwinski tem raiz ucraniana, mas destes paro por aqui, pois a história seria muito grande, teria que passar pela vila Mozartinóplis em Carajás, ir até uma cervejaria no sul de Minas, dar uma volta em Fortaleza, bom deixa pra outro dia.

 Sempre quando chegamos a Aracaju estão nos esperando no aeroporto, ou seja, o transfer é sempre contratado, no apartamento a cerveja gelada tira o stress do voo e logo no primeiro dia a prosa vai até altas horas, depois cama. Aí tem o primeiro problema da hotelaria, os clientes são obrigados a ligar o ar condicionado, mesmo não gostando; fazê o que? O cara é grande, voz grossa, de família de gente brava e importante.......melhor é seguir as normas da casa pelo menos até que o silêncio toma conta da noite, ai dá para desligar o ar.


Litrão e Lurdinha são amigos desde a época de estudante em Ouro Preto, são pessoas que não tem como não gostar, amigos para o que der e vier, daquelas pessoas que o jeito de pensar, a forma de viver e ver o mundo é muito parecida como eu e Tereza encaramos este mundo de meu Deus. Completa a família duas perolas; Tati e Fernanda e tentando entrar na família, um baiano de Feira e um mineiro do Vale do Aço. Sobre estes dois últimos é melhor não emitir opinião, Litrão e Lurdinha que se virem .... os genros são deles. Afinal quem pariu Mateus que embale.


Lurdinha, Litrão, Fernanda e Tatiane 

Chega de papo e vamos a receita da Moqueca de Camarão da Tereza que dá para 8 pessoas. Neste dia vieram para o almoço:  Dona Tereza, Gilberto, Heloisa, Pedro, Marcelo, Vera, João Luiz, Aninha e meu amigo Henrique conhecido na Paleocap como Parafuso. 

 Ingredientes
2 kg de camarão
1 cebola grande picada
2 dentes de alho
1 limão
1 vidro de leite de coco
2 tomates sem pele e semente
Pimentão vermelho e amarelo
Azeite/ azeite de dendê (se gostar)
Salsinha, cebolinha e coentro picado.
Sal
Pimenta do reino



Modo de fazer
1. Limpe o camarão e tempere com limão, sal e pimenta do reino.
2. Ferva a casca do camarão e reserve este caldo.
3. Coloque o azeite em uma panela e refogue o alho e a cebola, depois de refogado coloque o tomate, os pimentões picados  e deixe ferver um pouco.
4. Junte os camarões e deixe cozinhar por uns 10 minutos, não deixe cozinhar muito para não ficar duro.
5. Coloque o leite de coco.
6. Decore com salsa, cebolinha, coentro e tiras de pimentão colorido.
7. Com aquela água que foi reservada aproveite para fazer um pirão. Acompanha também um arroz branco.










domingo, 25 de dezembro de 2011

CARNEIRO A LA JORGE RAGGI





Jorge Pereira Raggi é daqueles amigos que se deve guardar com muito carinho, passar pelo seu escritório é sempre muito bom, aprende muito, toma-se um café muito rico, escuta bons casos e se leva para casa só um sentimento  "PRECISO PASSAR MAIS VEZES PELA GEOCONOMICA". Na última festa que nos encontramos tive o prazer de conhecer a Isabel, dona de sorriso doce e de uma conversa muito gostosa. Neste dia falamos em bastante sobre comida e o Jorge saiu com a ideia de preparamos um carneiro. Iniciamos os preparativos e a busca das agendas. Afinal meu amigo tem uma agenda cheia.
Depois de um tempo, num sábado logo pela manhã chega na minha casa o Jorge, acompanhado pelo irmão Alfredo, trazendo dois pernis de carneiro, sentamos prosemos um pouco, Alfredo, médico cirurgião em Aimorés, tomamos uma café e falamos sobre a região leste das Gerais. Terra de gente valente de com muitas histórias onde o cabra atirava no outro só para ver de que lado dobrar
Voltando ao carneiro foi comprado do Sr Kemel que tem, na sua casa, açougue, fica no Prado, bom lugar para comprar carnes especiais como: carneiro, cabrito, coelho,leitoa etc, podem passar que serão bem atendido, o Sr. Kemel mora na Rua Cel. Pedro Jorge 71.   Neste dia marcamos então o almoço para o domingo, pena que Alfredo não poderia se estar entre nós, estaria retornando a Aimorés.
A prosa foi se estendendo e discutimos alguns detalhes do preparo. Jorge ligou para uma amiga pediu umas finas para o preparo (finas é coisa de quem passou pela Escola de Minas, Jorge Raggi é um dos ilustres Geólogos graduado na EMOP, conversei um pouco com outro amigo e fomos formatando a receita.
No dia marcado iniciamos o preparo. Os convidados foram: Marcelo Nassif e Andréia, Pedro e Isaura, Augusto e Ana, Dona Tereza, Celinho, o meu neto querido Arthur e lógico Jorge Raggi e Isabel. Pois é, de propósito só coloquei os sobrenomes dos representantes do “Império Otomano”, afinal na minha época de infância eram todos “Turcos”, comerciantes, em Ituverava tinha vários “Brimos” donos de lojas amigos de longa data.
Vamos à receita do carneiro. No sábado a Noite coloquei os pernis sobre a bancada da pia e comecei. Primeiro servi uma cachaça, esta estava guardada desde fevereiro esperando uma data vem de São Gonçalo do Bação  uma cerveja e vamos ao trabalho.

Fervi uma pouco de água e dei uma escaldada na carne, depois limão, providencie alguns limões rosa que também obedecem pelo nome de capeta, china etc., bastante limão esfregando na carne. Em seguida preparei uma vinha d’alhos, batendo no  liquidificador:

4 dentes de alho
1 cebola grande
2 ramos de alecrim
2 ramos de tomilho
Cebolinha e salsa
1 pimenta malagueta
Pimenta do reino branca
1 copo de vinho branco seco
Azeite



Usando sacos plásticos, deixei os pernis no tempero de um dia para o outro, lógico na geladeira, e não se esqueça de virar de vez em quando.  Depois deste esforço todo abri mais uma(s) cerveja e tomei mais duas cachaças, acabou a cachaça do Bação então fui  jogar vídeo game como o Arthur.

No dia seguinte, domingo levantamos mais tarde, e iniciamos o dia. Passando pelo Ckeck List:
·        cerveja no ponto;
·        tira gosto sob controle;
·        garrafas de vinhos duas, o Pedro ficou de trazer a terceira;
·        Refrigerantes ok.
Então vamos a luta:

Pernil fora da geladeira, sobre uma tabua reservando a vinha d’alhos. Já da para notar que o bichinho já está diferente... com a carne mais tenra... com uma cor diferente... e um cheiro fantástico, o alho e alecrim invadem a sua cozinha. Neste ponto está na hora de tomar a guia, agora Passatempo, e abrir a primeira garrafa de vinho. Voltando ao pernil injete um pouco do tempero reservado na carne, faça alguns cortes, na carne com uma faca afiada e coloque alguns dentes de alho inteiros.

Regue com bastante azeite,embrulhe num papel alumínio e leve ao forno. Primeiro no fogo alto 250 ° c, 15 minuto, depois volte o fogo para 180 ° e deixe umas três horas, o tempo vai depender do peso do pernil mais é para assar bem devarinho. Num dos cantos do tabuleiro, coloquei 3 cabeças de alho inteiras, azeite nelas - vai dar um tira gosto fantástico.



Neste ponto vamos aos acompanhamentos do prato. Arroz branco, batatas bolinhas, cebolas pequenas, abobrinhas salteadas e cuscuz marroquino (este não conhecia vi a receita num restaurante). A base para o cuscuz encontra no mercado central. Neste caso esperei a chegada do Marcelo e do Jorge para decifrar as instruções do preparo. Na caixa as instruções estão em árabe, tá bom, também tem o como fazer em português, mais como Turco é Turco, espertos não sei se a tradução estava correta.

O arroz branco deixei na primeira água, as batatas bolinha com casca, depois de lavadas, enrole no papel alumínio e coloque num canto da forma que está assando o pernil. A abobrinha, corte rodelas com largura de 2cm e reserve.

Está na hora de abrir a segunda garrafa de vinho, os amigos já chegaram, menos Pedro Mola, nada de novo, preferiram a cerveja e tome prasa, amenidades, relembrando casos e causos da geologia da política. Os dois deixam de ser turco assumem a descendência Libanesa. Politicamente um é PSDB e outro do DEM.

Pedro e Isaura chegaram e completou ao grupo de amigos convidados. Fazendo um parênteses conto um acontecido, chegando à mesa onde o pessoal estava proseando, vi que um quadro que tenho na área estava numa posição diferente que tem ficado. Trata-se de mapa da America do Sul que tenho mantido de cabeça para baixo, homenagem ao artista Uruguai Garcia Torres que pintou desta forma. Bom, vou tentar decifrar quem virou o quadro: pode ter sido o Jorge, pois fiel ao DEM (amigo da senadora Catia Abreu) deve ter achado que a minha posição política, anárquico socialista, está conspirando contra ordem social da America do Sul, a outra opção fica com o Pedro que como comunista juramentado ficou com medo do Hugo Chaves despencar pelo rio da Prata. O Marcelo Nassif certamente não foi: PSDB que se preza no máximo fica olhando para tentar entender..... tomar posição?? Nem. 



O carneiro já está há quase três horas no forno, dei uma olhada e já bem tenro, Hora de tirar o papel alumínio, incorporar as batatas bolinhas (que estão pré-cozidas) as cebolas, mais azeite, se necessário, de volta ao forno, por mais 45 minutos para corar.Nesta ultima fase olho vivo regue varias vezes a carne com o líquido do tabuleiro... sei lá ... a cada dez minutos.

Quando o pernil estiver dourado, cheiroso, bonitão é hora de retirá-lo do forno mais enquanto isso vá terminando os
acompanhamentos:

Cuscuz Marroquino : ingredientes
Massa do cuscuz - basta colocar em água quente
Berinjela, cebola e Pimentões (verde e vermelho) em cubinhos
Azeitona em pedaços,
Passas e amêndoas
Cebolinha e salsa
misture com o Cuscuz e coloque numa vasilha para dar forma.
Mais uma cebola em tiras e leve ao fogo com um pouco de mel para caramelizar. Desenforme a cuscuz jogue a cebola caramelizada por cima e está pronto.



O arroz coloque a segunda água para terminar.
A receita de abobrinha salteada vi no programa do Olivier, fica muito bom. Corte as abobrinhas em rodelas, aqueça um frigideira, coloque manteiga e um fio de azeite e as abobrinhas. desfolhe tomilho, e salpique, acerte o sal e deixe dourar.


O carneiro pronto retire da assadeira e fatie sobre uma tabua, coloque numa travessa e regue com um molho feito da seguinte forma;

Escorra o excesso de óleo a da assadeira, sobre a chama do fogão, acrescente um copo de vinagre balsâmico de uma mexida e jogue uma farta porção de folhas de hortelã, jogue sobre a carne e vamos à mesa.

Antes abra uma garrafa de vinho bem encorpado, vai bem um Ramon Roqueta Garnacha.


FRAGMENTOS DE UMA VIAGEM A CUBA





PREPARANDO A VIAGEM

    O inicio de março de 2010 foram dedicados a soltar alguns trabalhos, emperrados no escritório, e   preparando a viagem a Cuba, uma pequena ilha que continua desafiando os capitalistas do outro lado do golfo do México.


   Foi uma época de muita leitura, revisitando a história que embalou os sonhos de liberdade da juventude brasileira durante os tempos de Ditadura. A história de um povo que se libertou de uma ditadura financiada pelos estadunidenses e vem construindo um país com a determinação e a alegria de um povo que embala belos boleros, salsas etc.


    Brasil e Cuba sempre tiveram boas relações de amizades, com exceção do períodos que o poder dominante no hemisfério fez crer aos menos politizados que Fidel era a encarnação de Lucifer. Cada país viveu a sua história e não tem como negar que Cuba suportou inusitadas pressões pós 1959, mantendo uma luta constante perante as agressões do mais poderoso império que já existiu na história da humanidade.


     Agora para melhor aproveitar a viagem procurei alguns amigos que ja estiveram na ilha, entre eles o  Samuel, pessoa de uma consciência politica e um poder de síntese sobre a história da esquerda fantástica. Nossas conversas vão além da resenha tradicional, não deixo a provocação associando o ao Brizolismo, mesmo sabendo que Brizolista era Eliza, Destas conversas, sempre num buteko, saíram boas indicações de passeios como: el Malecon, Plaza da revolucion, la Bodeguita del Medio, famosa pelos daiquiris e mojitos e por ser local preferido do escritor americano Ernest Hemingway. Ainda, a heladeria Copellia.

Primeira Parada Varadero

Chegamos ao Aeroporto de José Marti e a Cubatur já nos esperava e nos levou a Varadero, uma praia paradisíaca localizada a 140 km de Havana no caminho, passamos  por Matanzas e paramos num quiosque à beira da Carreteira, para experimentar o primeiro drink, um “piñacolada”. Ficamos hospedados num hotel “all incluse” Sol Palmeiras, trata-se de um hotel mais antigo porém de boa qualidade, nos hospedamos num bangalô, deixamos as malas fomos, como todo mineiro ( não sou mais o tempo me deu as características) conhecer a praia, era final de tarde,  sol ainda estava quente as águas calmas  num azul intenso com barquinhos coloridos velejando forma uma paisagem fantástica,sentamos numa barraca e tomamos a primeira cerveja cubana “Bucanero” cerveja de sabor mais intenso muito gostosa, depois experimentamos a cristal que já é mais leve.


Nos dias seguintes aproveitamos a praia pela manhã e tarde saia para conhecer a cidade e região. A noite um bom programa é procurar um lugar com musica ao vivo ou mesmo ficar no hotel onde todos têm uma musica regada aos “drinks” cubanos: mojicos, piña colada, e outros além de cerveja e o delicioso “Ron Havana Club”

A cidade é pequena, com povo hospitaleiro, simpático, onde possível parar e conversar com os moradores, conversar sobre a cultura, o socialismo, passar por livrarias, praças, supermercados ou mesmo entrar em residências, algumas dsetas são restaurantes denominados de “Paladares”. Este tipo de comercio foi a primeira experiência cubana na abertura da economia estatizada e o nome, Paladar, veio de uma novela brasileira, diga-se por sinal  os cubanos adoram as novelas brasileiras e são ligados aos artistas brasileiro. Um exemplo de como os cubanos são ligados às novelas brasileiras, apresento um e-mail que recebi a poucos dias de uma amiga cubana que mantemos contato via e-mail:

“Juan
Hola como anda todo por alla, mira aca me enviaron este email y necesito me hagas el favor de decirme si es veridica esta información, pues si es asi es una gran perdida pues ademas de ser un excelente actor es muy joven y guapisimo y siento una pena inmensa por el, su familia y por el pueblo brasileño por su perdida.
Bueno un abrazo y besos para Maria Teresa y otro para ti.”
 Cristy


Respondi que a noticia não era verdadeira e falava do falecimento do ator Reinaldo Gianechini, ai respondi que não era verdade que o ator passou por uma enfermidade grava mais se recuperou muito bem e Cristy Completou:
“Querido Juan
Es una muy buena noticia, tu siempre tan atento, muchas gracias y ya ves que personas de mala fe que por esta via envian falsa informaciones. Gracias se lo dire a mi mama que estaba muy acongojada con esta noticia y a mis amigos tambien.
Bueno Gabriel y mi madre estan bien, Gabriel aun sin trabajo pues aca esta bien dificil a pesar de que el pasado 15 de Julio hizo dos años que se graduo en la Universidad de Ingeniero Informatico y que es un muchacho muy pero muy inteligente y en Programacion y diseño de Sitios WEB es lo maximo, pero bueno yo sigo buscandole trabajo, pues ya tiene 26 años y necesita trabajar, por lo demas todo bien.
Bueno muy agradecida por la buena noticia y por tu amistad.
Aca hace un calor inmenso y tu alla con mucho frio, pues abrigate bien y cuidate.
Besos..................Cristy”





P



Chegando na Hermosa Ciudad de HABANA ou HAVANA


Em Havana ficamos 5 dias e reservamos um dia para ir até Viñales e Piñar Del, cidades que distam cerva de 100 km de Havana.

Havana foi fundada pelos espanhóis com o nome de Villa de San Cristóbal de La Habana, em 1519. Durante vários anos foi um ponto estratégico para os navegantes da Espanha por ser uma cidade com um bom porto para os navios e por causa de sua localização, logo na entrada do Golfo do México. A cidade era protegida por uma muralha que hoje esta em pé em poucos pontos.

 A bela arquitetura de seus edifícios, belas praças, avenidas largas e arborizadas, restaurantes, cafés e os paladares tornam cidade muito atraente. Uma caminhada pelo Malecon é imperdível. Depois alugue um “coco taxi” e passe um dia rodando pela periferia da cidade, visite o museu em homenagem a Camilo Cienfuegos, líder revolucionário que morreu num acidente aéreo em 1962, a Quinta Hemingway, onde morou o escritor americano e no final da tarde vá em direção ao Forte de San Carlos, passe pelo Cristo e depois assista o Cañonazo, espetáculo que acontece todas as noite no forte de San Carlos narrando a história da época que os espanhóis fechavam as portas da cidade todos os dias no horário de 21:00 horas, para proteger dos ataques dos piratas, e o sinal era um tiro de canhão.



Praça de Revolução

Na cidade a visita os monumentos históricos e museus são obrigatórios, um passeio pelo museu da revolução coloca o visitante em contato com toda a história do socialismo Latino Americano,a Universidade de Havana e Centro de Estudio  Che Guevara, andar pelas ruas de Havana Vieja, pelo Prado pelas avenidas Reina e Carlos III, praça da revolução, conhecer os bairros Vedado e Miramar, este ultimo onde eram as mansões que os estadunidenses passam férias na época do Ditador Batista, hoje esta casa são ocupadas por embaixadas. No final da tarde um bom programa e tomar um soverte na Copellia  e a noite ouvir uma alegre musica cubana no estilo Buena Vista Social Club.





 O restaurante Guajarito é fantástico além dos pratos maravilhosos, a base de frutos do Mar e o delicioso “Congri” (qualquer dia destes vou fazer e postar a receita no blog) e as garçonetes e todas lindas, sem exceção, certamente selecionaram as cubanas mais bonitas da ilha. A hospedagem ficamos num hotel muito bom, porém fica longe de Havana Vieja, assim não vou indicar, Alguns amigos ficar hospedados no Hotel Nacional, localizado junto ao Malecon outra boa opção é o Hotel Habana Libre que foi local escolhido dor Fidel para sediar os primeiros dias do governo Revolucionário.




Malecon de Habana - Ao fundo um dos fortes que protegia Havana na época dos piratas -  em companhia de nossa amiga cubana Cristina.



Minha Visão sobre a Cuba e seu momento econômico em 2010

Para descrever um pouco mais da minha visão de Cuba, num momento que a revista Veja traz uma reportagem sobre a ilha, dá para afirmar que não existe fartura de nada mais o povo também não vive na miséria. Numa das conversas com Cristina (cubana nuestra amiga) fica claro que existe uma carestia. Por exemplo, ela não toma leite, o que consegue comprar fica para a sua mãe (80 anos) e seu filho que ela considera muito magro (coisa de mãe comunista ou capitalista). O leite em primeiro lugar é destinado para as crianças que até um ano ganham 1 litro por dia. Mas também não da para afirmar que povo vive em estado de penúria. Eu não vi mendigos, não vi crianças nos cruzamentos, só vi crianças em escolas, uniformizadas com um regime escolar de 8 horas diárias. Também perguntei sobre os pobres onde estavam? Passam fome? Esta resposta ficou meio vaga, mais entendi que o governo fornece uma cesta básica para esta parcela da população, de certa forma o que ouvimos é que este pessoal tem uma ração regrada, que inclui carne uma vez por mês. De alguma forma estas colocações não me causaram espanto, apenas mostra que o socialismo não deu conta de acabar com a pobreza, afinal também convivemos com esta realidade por aqui. 

Nas das conversas com esta Cubana notei a vontade de conhecer outros povos de viajar, ao lado do Cristo que fica no do outro lado da baia de Havana, ela falou de seus sonhos em conhecer o Cristo Redentor do RJ, a Suíça, Londres, torre Eifel, também falou da vontade de navegar pela rede mundial da internet, no caso ela tem acesso a uma rede local. 

Ao mesmo tempo fica claro que a educação e medicina tem um alto padrão, na medicina o sistema conta com médico da família, que é o primeiro contato, depois a clinicas para casos os casos que exigem especialistas e se necessários ai sim são encaminhados aos hospitais, passei perto de uma dessas clinicas, em Havana Vieja,  não havia filas esperavam três pessoas. (para caracterizar esta cubana é responsável pela informatização de uma fábrica de Charutos)

Em resumo a visão que ficou desta rápida visita a Cuba  não coincide com as conversas que tenho visto por aqui (por exemplo a reportagem da Veja), que coloca Cuba  numa situação de pobreza extrema, onde falta de tudo, sabonete, papel higiênico, alimentos etc. Nesta linha conversei com uma pessoa que fizemos amizade que comentou que na época da recessão econômica, andou faltando alguns produtos, porém hoje a situação esta normalizada, existe sim pobreza, a impressão que tive, andando por Havana, e algumas cidade do interior como Varadero, esta é diferente pois o turismo é intenso, Matanzas, Piñar Del Rio e Vinãles que  a economia está reagindo, isto impulsinada por acordos firmados com a China e Venezuela. De fato o bloqueio impostos pelos americanos é cruel e leva a ilha a uma situação dificil.

Ainda na área econômica observa-se investimentos europeus, principalmente em turismo, Varadero é uma cidade que fica a 140 km de Havana, e conta com mais de 40 hotéis de alto luxo, todos lotados de turistas do mundo todo,  menos americanos, é claro. Os investimentos estão chegando, por exemplo, dos espanhóis que estão entrando firmes no ramo hoteleiro, e  existem hotéis da rede Sol Meliá não só em Havana, como em várias cidades do interior que ficam a beira mar.  O dinheiro do turismo está sendo aplicado na reconstrução de Havana Vieja, que mostra um conjunto arquitetônico maravilhoso.

Não sei como é a relação entre o capital estrangeiro e o Estado Cubano, como este capital é taxado. No caso dos trabalhadores cubanos, que trabalham com o turismo: taxis, lojas, guias, todas as atividade são do estado, por exemplo o taxi e os Coco-Taxi (um tipo de taxi muito difundido em cuba) o veiculo é do estado e o trabalhador paga um percentual do faturamento, porém existe um mínimo a ser pago ao estado, a  impressão que ficou é que o turismo esta formando uma classe diferenciada, os trabalhadores desta atividade recebem as propinas (termo não é pejorativo) tendo um rendimento maior do que os trabalhadores das fábricas.  

Por falar em dinheiro, Cuba hoje funciona com duas moedas: o peso (moeda nacional) e o peso convertido (também chamado CUC). Um dólar americano vale 0,80 centavos do peso convertido e um euro, 1,20 pesos convertido. Um peso convertido pode ser trocado por 24 pesos de moeda nacional - mas esta só compra um número limitado de produtos. O cubano tem acesso às duas moedas, e também os estrangeiros podem fazer suas compras em qualquer uma delas.  A moeda nacional é usada para comprar produtos básicos  de subsistência, porém, outros produtos como cerveja, Ron, Charutos o cubano deve converter o peso nacional em CUC.



VOLTANDO PARA CASA

Ficou a impressão que o tempo foi curto para cumprir a programação, mais valeu, o país tem um povo alegre, festivo, prestativo enfim maravilhoso. Tive a felicidade de manter contato com pessoas no dia a dia do trabalho,  convivi com gente da terra, bebi maravilhosos  coquetéis sempre o majestoso  RON HAVANA CLUB;


É preciso lembrar Fidel  afinal um líder  inspirou a esquerda brasileira nos tempos que ainda se acreditava no socialismo verde e amarelo.


La historia te absolverá

Concepto de Revolución

“Revolución es sentido del momento histórico; es cambiar todo lo que debe ser cambiado; es igualdad y libertad plenas; es ser tratado y tratar a los demás como seres humanos; es emanciparnos por nosotros mismos y con nuestros propios esfuerzos; es desafiar poderosas fuerzas dominantes dentro y fuera del ámbito social y nacional; es defender valores en los que se cree al precio de cualquier sacrificio; es modestia, desinterés, altruismo, solidaridad y heroísmo; es luchar con audacia, inteligencia y realismo; es no mentir jamás ni violar principios éticos; es convicción profunda de que no existe fuerza en el mundo capaz de aplastar la fuerza de la verdad y las ideas. Revolución es unidad, es independencia, es luchar por nuestros sueños de justicia para Cuba y para el mundo, que es la base de nuestro patriotismo, nuestro socialismo y nuestro internacionalismo.”

Fidel Castro, Plaza de la Revolución José Martí,
La Habana, 1º. de mayo del 2001


 Para finalizar segue uma receita do Coquetel Mojito:



Este drink ficou famoso por ser o preferido de Hemingway na Bodeguita Del Médio - A receita é de uma camarera (garçonte em espanhol)  em Varadero, vide foto acima:

Lá vai a receita em espanhol - treinando para a proxima viagem a Cuba

azúcar   1/2 cuchara

jugo de 1/2 limón mais duas fatia -

Yerbabueba

cubos de hielo

Ron Blaco

água gaseosa

Preparación

En un vaso de jaibol diluir bien con un poquito de agua de soda. Añadir hojas de yerbabuena y machacar el tallo (sin dañar las hojas) para que suelte el jugo. Cubos de hielo. Agregar 1 1/2 dose de ron blanco.

Llenar el vaso con agua de soda y revolver.
Mande noticias sobre como ficou - caso queira ainda tenho um pouco de Ron Blanco cubano 




Família de amigas cubanas que vivem na ciudad de Cerro - região metropolitana de Habana

Pelos Caminhos de Ituverava - Nhoque da Fortuna





Nhoque é um dos pratos que me remete a terra onde nasci – Ituverava ou como costumo dizer a Grande Ituverava, afinal uma cidade que tem com satélites Ribeirão Preto, Franca, São Joaquim da Barra, Orlândia não poderia ser tratada de forma diferente.


Os caminhos de Ituverava são sempre acompanhados de um sentimento do retorno aos tempos da infância e adolescência, afinal sai de lá em 1975, indo estudar Engenharia Geológica na Escola de Minas de Ouro Preto em Ouro Preto e nunca mais voltei para morar.


Os caminhos que levam a Ituverava trazem boas recordações. Nos tempos de estudantes parte era de carona ou de ônibus e assim íamos chegando para os períodos de férias.  Porem as melhores lembranças está na época que meus filhos, ainda eram crianças, a viagem era uma grande diversão. A ansiedade para chegar logo na casa dos avós, onde o delicioso biscoito de polvilho nos esperava, depois encontrar primos e primas, jogar futebol pelas ruas, passar o dia no parque da cachoeira, ir ao jardim e para tomar um passear e deliciar na  inúmeras sorveteria da cidade era parte imperdível das férias dos meninos.

                                                           



                                                  Salto Belo - Origem do Nome - Ituverava

Mais ainda para meus filhos estas viagens significava entrar em contato com um braço da família com um sotaque diferente dos mineiros de Ouro Preto e Belo Horizonte, era muito legal. Os “R” puxados fazendo um som diferente em “porta” era sempre uma novidade.

No toca fita - Raul Seixas, Chico Buarque entremeados com uma boa musica caipira, não faltando Pena Branca e Xavantinho cantando a homenagem que o Vitor Martins fez para a cidade, As curvas da BR 262 ou MG 050 eram contornadas pelas histórias da grande Ituverava, esta era a forma de deixar os quase 600 km menos cansativos.

                                             Homenagem a Vitor Martins e Ivan Lins -- Praça 10 de Março


Depois um jogo de palavras, outras brincadeiras e tome estrada. Nas paradas uma boa conversa, pão de queijo com refrigerante e mais história para passar o tempo. Ao chegar a Uberaba uma ultima parada para levar um queijo para a avó Doca preparar as merendas diárias, depois ao passar o rio Grande a turma já ficava impaciente.

Em outros tempos a travessia do rio Grande era feita por uma ponto rodoferroviária, metálica  importada da Inglaterra. Esta ponte assistiu a revolução constitucionalista de 1932. Uma bela obra de Engenharia.

Ituverava traz muitas lembranças, a infância, o grupo Fabiano, o largo veio, o quintal com grandes mangueiras, os amigos, procissão, a Praça 10 março, a cachoeira, a estação, o carnaval com a Maria Cebola, o time campeão paulista de futebol de futebol no infantil colegial em 1970, assombração e no mais só pegando carona com Vitor Martins
Minha Ituverava
Sou o mesmo rapaz
Bebi da cachoeira
Tenho sede e quero mais




Outra bela recordação eram os almoços de domingo, onde normalmente tinha os primos com muitas crianças  e no menu invariavelmente vinha o frango caipira, um massa, macarrão ou nhoque, e assim por diante, Deste pratos o que até hoje faço questão de pedir logo ao chegar por lá é o nhoque, hoje feito com perfeição pela minha irmã Mara.

A receita da Mara e a seguinte: Primeiro fotos de minha irmã querida fazendo Nhoque
 
Ingredientes para 6 pessoas

1kg de batatas

2 xícaras de farinha de trigo

2 ovos

1 colher de manteiga

Sal


Modo de preparar:

Cozinhe as batatas com casca

Na água do cozimento coloque um pouco de sal e alguns galhinhos de manjericão
Quando as batatas estiverem macias, descasque e passe no espremedor

Acrescente a manteiga e os ovos, estes ligeiramente batidos
Junte a farinha e amasse com carinho até ficar bem misturado

Ate aqui tudo fácil à diferença vem ao fazer as bolinhas

Peque a massa e coloque num saco plástico com um furo em um dos seus cantos.

Vá espremendo a massa e cortando com mais ou menos 2 cm de comprimento diretamente na água fervendo - ao boiar tá no ponto

Escorra e jogue diretamente numa panela onde o molho já está pronto e fervendo





O molho fica a gosto. O meu preferido é all sugo:



7 tomates sem pele e sementes ou 1 lata de tomate pelado

Azeite
1 pitada de açúcar
1 colher de chá de sal
1 Cebola ralada média
2 dentes de alho picado bem fino
Salsa e manjericão picados

Preparo:
Aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho
- adicione os tomates, junte um pouco de água, o sal e o açúcar - deixe cozinhar até engrossar, cerca de 10 minutos. Para finalizar junte a salsa e o manjericão.




                                 Praça  10 de Março - anos 70 - (foto do arquivo bibliográfico da cidade)











Pior que carne de cobra...



                              Paredão de Calcário localizado no vale do Peruaçu - Januária/MG.

Em Agosto de 2009 o amigo Wilson Grossi enviou uma história que marca os tempos de estudante em Ouro Preto. Numa das excursões da Sociedade Excursionista e Espelológica – “SPÉ”. Não tive o prazer de participar da história só vim conhecer a região onde se passou o fato, Vale do Pereaçu, depois de formado nos anos de CETEC. 

Na verdade a minha participação em espeleologia foi muito breve – na primeira excursão, na gruta de Hargreves, 1976, depois de uma noite na gruta eu e alguns excursionista fomos acometidos por uma tal histoplasmose – que me levou por alguns dias ao hospital. 

Mas a excursão em ao distrito de Ouro Preto, Rodrigo Silva, onde fica localizada a Gruta Hargreves, em 1976 traz boas recordações como o a origem ao apelido de Pacote ao Domingos Sávio, que hoje mora em São Francisco, norte de Minas. Pacote, Bagrão, Grossi, insistiram na carreira de espeleólogos mesmo depois do acontecido na gruta de Hargreves.

                  Cavernas do Vale do Peruaçu - Minas Gerais ( Foto autoria  boralá blog)

Tai a história dos amigos, acima uma foto do vale do Peruaçu:

Estávamos em uma excursão promovida pela Sociedade Excursionista e Espeleológica dos alunos da Escola de Minas de Ouro Preto, carinhosamente conhecida como “Spé”, em Januária. Era julho de 1977, e a viagem de Ouro Preto durava, em média, umas vinte horas de ônibus, asfalto só até Montes Claros, depois poeira e mais poeira.

Naquela época, o Vale do Peruaçu era território conhecido de poucos iniciados, após a sua descoberta espeleológica, arqueológica e ambiental - em suas múltiplas vertentes - pelo pessoal da Spé, a partir de estudos de aerofotogeologia, sucedidos de expedições comprovadoras e extasiantes. Gruta Bonita, Lapa de Rezar, dos Desenhos, Morcego Rompante e tantas outras cavernas se somavam à emblemática Gruta do Janelão, portal do Vale.

Acampados na Fazenda do Seu Antônio Milhão, às margens das águas frescas do rio Peruaçu, nossa equipe se dividia em planejadas tarefas prospectoras e mapeantes. As maritacas estralavam seus gritos agudos no azul da manhã, repassando-nos seu entusiasmo. Os bugios, irados, roncavam alto e balançavam nervosamente as árvore nos altos dos afloramentos de calcário.

Organizado o material, quebrado o carbureto – seu cheiro impregna-me ainda as narinas da memória – distribuídas as cargas e os roteiros, saíamos em busca da beleza oculta, em cenário de outro mundo.

Na boca da noite, suados e sorridentes, repassávamos as aventuras do dia, e preparávamos os planejamentos do seguinte. Enquanto a janta não ficava pronta, pinga da boa lavava os esôfagos empoeirados ( Januária já foi mais famosa que Salinas) e a prosa corria solta. Paulão, Zé Paulo, Zezim Carneiro, Vilanova, Bicho Magro, Ruizim, Bagrão, Pacote, Parteira, Macartur, Corbani, essa era a turma.
No retorno do banho em um meandro do Peruaçu, ouvimos um som estranho próximo ao tronco de árvore caído. A luz fraca da lanterna mostrou uma baita cobra engolindo um sapo. O facão sibilou, rápido, e a cobra perdeu a cabeça.

Fim inglório de um grande réptil: devidamente desencourada e limpa, a cobra foi pra panela. Quem comeu gostou...

Lembrando-me do caso, encontrei essas notas e receita.
A cobra
A cobra oferece uma carne muito deliciosa, e que não é somenos à melhor do peixe, com a qual ela se assemelha. As pessoas que comeram a carne de cobra, a preferem a qualquer outra. A melhor vantagem, porém, que apresenta o uso desta carne, que é muito eficaz na cura das moléstias do coração, da sífilis inveterada, e sobretudo da morféia, que estando ainda no princípio, desaparece totalmente c
om o uso da carne de cobra.

É inútil dizer-se que deve-se deixar de parte o horror que inspira este animal, e ainda mais o prejuízo de dizer-se que a sua carne
é venenosa; sabe-se perfeitamente que o veneno só existe em umas bolsinhas colocadas debaixo das presas; além disto, este próprio veneno ingerido não faz mal algum; é nocivo e até mortal quando está perto e em contato com o sangue.

É portanto necessário antes de prepará-lo, cortar a cabeça do animal, depois tirar-se o couro, e finalmente abri-lo e limpá-lo.

A carne das cobras vivíparas é prefer
ível à carne das ovíparas, e entre as cobras vivíparas, é a do cascavel a mais delicada e eficaz.

Cobra refogada
Corta-se uma cobra em pedaços, refogam-se com duas colheres de gordura e uma cebola picada; apolvilham-se com uma colher de farinha de trigo, e uma xícara d’água, sal, salsa, pimentas, e um pouco de noz moscada rapada; deixa-se ferver perto do fogo, até cozer, tendo incorporado o molho, com duas gemas d’ovos desfeitas em um cálix de vinho, e serve-se.
O QUE O CARIOCA COMIA NO SÉCULO XIX (Receitas extraídas do Cozinheiro Nacional)
CRULS, Gastão. Aparência do Rio de Janeiro; notícia histórica e descritiva da cidade. 2 v. Rio de Janeiro, Livraria José Olímpio Editora, 1965. Coleção Rio Quatro Séculos 

http://www.jangadabrasil.com.br/fevereiro18/cp18020b.htm