domingo, 10 de agosto de 2014

UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA

MEUS FILHOS – AUGUSTO, MARIANA E JOÃO LUIZ.


O que o pai calou aparece na boca do filho, E muitas vezes descobre que o filho
era o segredo revelado pelo pai
 (Nietzsche)




É muito bom receber o carinho dos meus filhos o ano todo, melhor ainda é a arrumar um motivo para tê-los por perto, proseando, sorrindo, relembrando coisas simples na gostosa descontração de simplesmente, estar ao lado de vocês meus Filhos.

São momentos são únicos que trazem boas lembranças e revive as diversas fases do desenvolvimento e da formação de cada um, passando pela infância, adolescência até se tornarem pessoas adultas onde convive a individualidade a diversidade de pensamento e os sonhos de cada um, criando nas igualdades as diferenças do que chamamos de família.

Tenho certeza que para vocês meus filhos não foi fácil entender um pai trabalhando fora de casa, por muito tempo de seu cotidiano, um pai que apresentava e apresenta ideias e conceitos de vida que sempre chocaram com o mais comum da sociedade, afinal conviver com um pai  socialista com relampejos anarquistas não deve ser fácil, principalmente numa sociedade onde a maioria é capitalista. Entretanto, nada disso atropelou nossa bela amizade, pois o respeito e às opiniões sempre foi um ponto sem discussão.






Hoje é muito bom voltar ao tempo e lembrar da carinha desapontada do Augusto chegando da pré escola e me dando uma tamanha bronca, dizendo que eu não eu entendia nada de religião, pois a versão sobre o motivo do nascimento de Jesus numa manjedoura não era culpa do BNH, como eu havia lhe explicado.m A Mariana, querendo estudar no colégio ARCODESEISANO que era o ARQUIDIOCESANO, não deixando de falar no seu poder de observação critico e apurado. A professora do João Luiz me perguntado sobre a história da luta que tive contra uma sucuri num dos meus trabalhos na Amazônia, esta inventada por mim nos momentos que embalava seu sono. Nesta fase, a histórica Ouro Preto era palco de nossas vidas.

A segunda metade da infância foi em Belo Horizonte, época difícil, de crise de mercado da Geologia, porém bons momentos ficaram registrados: as brincadeiras na Praça da Liberdade ou de Santa Tereza ou nós quatro sentados nos butekos da cidade conversando, jogando palito, quando a mãe trabalhava.








As lembranças continuam e a adolescência chega já em Betim, onde estudaram boa parte em escola pública, por opção politica do pai socialista. Nesta fase já tentavam gostosamente me enrolar fazendo o caminho da escola mais curto, porém se arriscando na travessia do pontilhão da ferrovia sobre o rio Betim. Depois a Universidade, e o futuro vira presente, dando a cada um as opções, acompanhadas por mim de perto, porém prevalecendo decisão de cada um, mesmo porque a personalidade já estava formada.

Não tenho duvida de que o processo de desenvolvimento e formação como pessoa, as escolhas de seus projetos, de seus ídolos, suas posições políticas e esportivas tiveram a minha influência, porém o toque da individualidade e sonhos de cada um é mais forte.

Então, consigo olhar, ver e sentir que estes foram as pessoas que sempre sonhei em tê-los como filhos, amigos, companheiros e parceiros num projeto de vida coletivo. Augusto, Mariana, e João Luiz tenho por vocês muito carinho, amor, admiração e orgulho pelas pessoas que se tornaram. Tenho a certeza de cada momento que estamos juntos me dá força para perceber a importância e a beleza do momento que nunca mais será. Amo vocês. 



Um comentário:

Unknown disse...

Que emocionante texto, escrito por um pai carinhoso, que ama muito seus filhos, adora conviver com eles, os admira, curtí- los, enfim.
Tem posições políticas fortes, bem definidas, muito similares às minhas, cincidentemenhte.
Poderíamos ter sido muito bons amigos, pois os valores nos quais acreditamos são muito parecidos.