domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ano Novo em Mendoza - Argentina

 Mendoza está situada na região centro–oeste da Argentina, aos pés da Cordilheira dos Andes mundialmente conhecida pela produção de vinhos, e, especial os Malbec's,  o que convida para festejar a chegada de um Novo Ano. A  Cordilheira e a imponência do  Aconcágua, pico mais alto das Américas (6.962m), um sistema de irrigação milenar implantado pelos Incas e disseminado pelos espanhóis, a passagem de Charles Darwin pela região em 1835, compuseram o rol de interesse em conhecer a região.



A cidade tem um clima desértico, a pluviometria anual fica em torno de 300 mm/ano, conta com uma densa arborização em suas avenidas, praças e parques, trata-se de espécies exóticas e melhoram consideravelmente o clima na cidade. A vegetação da cidade a exemplo dos vinhedos é irrigada pelas águas do degelo que são reservadas em barragens próximas a Cordilheira e utilizadas ao longo do ano para irrigar a vegetação da cidade e os vinhedos da região. O sistema de irrigação foi implantado pelos espanhóis que chegaram a região em 1561, inspirados no modelo desenvolvidos pelos Incas, a água do degelo é reservada, ainda na montanha e desce em regos (canais) que estão em toda a cidade sempre ao longo dos passeios (calçadas) que levam até as plantas, tais canais são denominados “acéquias”. A foto acima mostra as acéquias, parque San Martin e uma rua no centro da cidade.




 A região oferece várias atividades turísticas. Se engana quem pensa que as atividades em Mendoza se limitam às degustações de vinhos malbec, torrontés ou espumantes. Durante o dia pode dedicar a esportes radicais como rafting, caique, mountain bike, tirolesa, ou esportes não tão radicais como cavalgadas, passeios de bicicleta e caminhada no Parque Provincial Aconcágua e no inverno ainda se pode esquiar na estação de esqui “los penitentes”. À noite, que só chega depois das 21 horas tem-se cassinos, pubs, teatros, wine bar e belos restaurantes.


A nossa incluiu um tour por duas bodegas e uma fábrica de azeite. Assim no dia 30/12/2013 saímos em companhia de um “remis”, é como se chamam os taxis privados na Argentina. A vantagem do remis em relação às excursões em agências de turismo é ter carro e motorista sempre a sua disposição podendo estabelecer seus próprios horários e sempre com a possibilidade de alterar o roteiro na última hora. Depois de algumas consultas, troca de mensagem, com alguns destes remis, ainda do Brasil, acertamos com o Santiago, por três dias, com passeios a Bodegas e a Cordilheira. O Santiago disponibilizou uma caminhonete Amarok e como guia e motorista o Gabriel, para os quais só temos elogios, Gabriel um guia conhecedor da região é um motorista experiente, tranqüilo, simpático e disposto a sair do roteiro quando nos interessava. Vale a pena acertar com esta dupla os passeios, para contato o endereço eletrônico è santipetenatti@hotmail.com. Só para deixar registrado, todas as nossas reservas de degustações e almoços nas bodegas foram efetuadas pelo Santiago, antes de nossa chegada a Mendoza.


 A escolha das bodegas para visita foi feita com antecedência, sempre com pesquisa na internet e ouvindo a opinião do Santiago. Nosso batismo no mundo dos vinhos se iniciou pela Bodega Pulenta Estate. Chegamos por volta das 10 horas da manhã, na recepção nos ofereceram as opções dos vinhos para a degustação e em seguida a guia Vitória nos levou a conhecer o mundo dos vinhos, passando pelos vinhedos, onde a sombra de uma Oliveira, a primeira degustação, com um vinho Cabernet Sauvignon Blanco. Entramos na área de produção dos vinhos e de estocagem dos barris onde os vinhos amadurecem; e no final, ocorre a aguardada degustação dos vinhos da casa, sentamos numa cava ao lado de tonéis e degustamos quatro vinhos, passando por malbec, cabernet franc, cabernet sauvignon tinto e um varietal no final. A degustação foi marcada pelo Cabernet Franc da Pulenta, muito bom. A visita termina na loja da bodega de onde levei “una Botelha de Chardonay” que viemos a tomá-lo em Santiago. 

Seguindo a programação do dia passamos numa fabrica de azeite, conhecemos o processo de extração do azeite da fruta e chegamos a uma sala de degustação de azeites, puros, aromatizados, pastas de azeitona além de cremes para pele, sabonetes etc.



A tarde como companhia seguimos para a Bodega Belasco de Baquedano, onde após um tour pelo processo de fabricação e envelhecimento de vinhos e por uma sala de aromas onde se pode sentir aromas que os enólogos descrevem ao degustar um vinho. Tivemos um almoço fantástico, onde pratos diferentes são harmonizados com vinhos também diferentes (rose, branco, dois tintos e no final um vinho licoroso, tipo vinho do porto que a vinícola produz).

Nesta altura do dia o teor alcoólico já estava alto e o cochilo veio no caminho de volta até o hotel, um descanso e mais uma volta pelo centro da cidade, depois cama, pois o dia seguinte prometia, seria nosso contato com geodiversidade andina.




O passeio pela alta Montanha é indescritível e fizemos por duas vezes: a primeira com o guia indo até a base do Aconcágua, passando por Uspallata, Ponte Inca, Estação de esqui los penitentes, passo da libertação e reservatório Potrerillos. Depois viajamos de ônibus para Santiago, outro passeio fantástico, são seis horas num ônibus, confortável, observando a paisagem da cordilheira. O que mais impressiona no lado chileno é uma sequencia de 38 curvas onde forma a região denominada “los caracoles”.
Bom, em Mendoza passamos o final de ano, depois de muito procurar encontramos o "Sofia" um restaurante que promoveu uma bela festa regada a vinhos, espumantes e uma boa comida além de uma musica bem animada. Nem tudo pode ser perfeito tivemos que ouvir Michel Telo e Gustavo Lima fazê o que? 


próximo post vai retratar a patagônia chilena

2 comentários:

Marilu disse...

adorei o bloq... guardarei para umas férias por lá..valeu demais!!\

joao tomate disse...

Meu caro João Tomate,
Você retratou muito bem a viagem e os lugares por onde andou. É muito gostoso aquilo, o pessoal vem com uma longa história de aproveitamento dos recursos, de fazer bem feito. e o pessoal é simples, gosta do que faz e de viver ali. Claro que a vida por lá não é fácil, como não o é em nem um lugar. Mas apesar dos maus governos eles estão ali vivendo, não muito preocupados com a alta moda e consumo exagerado. Gostaria de ir a Salta, dizem que é muito bom por lá e diferente. Talvez da certo de ir. Um abraço e espero que tenhas outras boas viagens com Tereza e Sergio e outros bons parceiros, que é muito importante. Eu ando só e com isso perco muito de muitos lugares.
Um abraço.
Odulio