No meio de janeiro recebemos a noticia que minha cunhada querida vinha com toda a família passar uns dias nas Minas Gerais. Nestas ocasiões, nada melhor do organizar uma feijoada reunir uma turma para colocara prosa em dia.
Na sexta eu e Marcelo saímos às compras, Mercado Central, lá Rei da feijoada e vamos aos ingredientes da feijoada: Deve ser 15 convidados, mas como sempre o número aumenta vamos nos resguardar em 20.
Ingredientes:
2kg de feijão
700 gramas lombo defumado
50 gramas de bacon
500 gramas kg de costelinha defumada
4 paios
600 gramas de carne de sol
50 gramas de pernil salgado
2 pezinhos
2 rabinho
1kg de lingüiça imperatriz (um pouco para o tira gosto)
Depois
Couve, cebola, farinha,
E mais os tira gosta da entrada
Os preparativos começam na sexta- feira à noite, cortar as carnes, depois cozinhar o que deve ser cozido em separado.
“carne de sol, pezinho e rabinho, 10 minutos da pressão” - depois deixe a a panela esfriar até chegar à temperatura que dá para ir à geladeira. No dia seguinte retire a gordura que vai está talhada em cima das carnes e reserve.
Os defumados entram numa forma refratária ao forno bem quente deixe uma hora para perder um pouco da gordura. Depois, do forno coloque os pertences numa vasilha forrada com papel tolha.
O feijão preto, coloque numa panela de pressão e deixe no fogo até levantar fervura depois desligue. No outro dia o feijão cresceu ficou bonito no ponto de retomar o cozimento agora sem pressão.
As tarefas da sexta terminaram então às cervejas, cachaças e RON CUBANO para comemorar os convidados, Zé Alberto, Tânia, Ludmila, Lívia, Bruno, e a Taty Bala estes “cariocassss dasss gemassss”, tudo no plural afinal carioca que é carioca não usa singular, também estavam Vera, Marcela e Celinho eu e Tereza esta a turma do uai.
Neste primeiro dia o Bruno se deu mal, a hipótese mais provável foi um salsichão com mostarda, pois eu e Marcelo não comemos e não tivemos problema. A cachaça que servi foi a famosa São Gonçalo do Bação, esta não faz mal. Bruno desta vez acho que aprendeu o significado de um ditado popular “Galinha que acompanha pato morre afogada”.
O sábado amanheceu com o sol brilhando - céu azul - e o clima gostoso ... que só Belo Horizonte oferece. Levantei cedo vesti os paramentos domingueiros - bermuda - chinelo de dedo - e uma camisa do Soberano para intimidar os cariocasssss. O rádio já esta ligado na Itatiaia. E Vamos para a cozinha.
Ia me esquecendo fui com o Bruno comprar uma água Tonica para dar uma ajeitada no corpo. Trouxemos mais cerveja e iniciamos os preparativos.
Gosto de usar uma panela de pedra sabão que tenho desde a época que morei na Paleocap. Fogo na panela e vamos por partes: bacon para fritar, depois: carne de sol, carne salgada (estas já précozidas) quando já estiver no ponto, um pouco e alho, deixe fritar e depois o feijão e espere levantar fervura, coloque os pertences aos poucos.
Com almoço bem adiantado........ fizemos a recontagem dos convidados: os cariocasss, Zé Alberto, Tânia, Ludmila, Lívia, Bruno, e Taty Bala (6) A família Guimarães Dona Tereza, Ricardo e Hilda, Marcelo, Vera, Marcela e o genro Rodrigo (5) Eu e Tereza(2), e os amigos Pedro, Isaura, Helieser e Xaolin – 19 bom número, todos se acomodam na varando e vamos jogar prosa fora. O radio toca Chico que vem sob medida:
Mulher, você vai gostar:
Tô levando uns amigos pra conversar.
Eles vão com uma fome
Que nem me contem;
Eles vão com uma sede de anteontem.
Salta a cerveja estupidamente
Gelada pr'um batalhão
E vamos botar água no feijão.
Neste momento o arroz já foi na primeira água, a laranja nas mãos de Dona Tereza vai sendo cortada, a couve foi picada bem fina e refogada e uma farinha esperando o momento da farofa. Aí é marcar a hora de terminar e se unir a turma para prosear. Mais uma cerveja, cachaça no meio, e o Rum “Havana Club” que sempre sirvo, uma pequena dose, para quem chega na nossa casa pela primeira vez.
A cachaça São Gonçalo do Bação é fabricada por meu amigo Elias, ex aluno da Butantan, uma das melhores que já experimentei - cheia de mistérios – com o tigrão controlando a fermentação da sacarose para não gerar os aldeídos – deixando a cachaça descansar em tonéis de madeira (tipo de madeira é segredo), segundo o produtor são nos tonéis que ocorrem reações de oxidação que suavizarão o gosto da cachaça - cuidando do canavial- que brota em solos residuais das rochas graníticas do Complexo do Bação.
Lá pelas quatro horas a feijoada ficou pronta, a arroz, farofa e couve refogada, acertamos o tempero, um molho de pimenta, e o pessoal alcoólico alterado. Xaolin e Helieser vieram de carro, mais não resistiram aos encantos da cachaça, daí ligaram para o irmão buscar o carro e foram de taxi e tome cachaça. Acabou a São Gonçalo do Bação, passamos então para a "Século XVIII" esta é de Coronel Xavier Chaves, boa tamém.
Neste ponto, já com a feijoada na mesa tomamos uma cachaça coletiva, precedida por oração que reverencia a cachaça brasileira esta também vem dos butekos de Ouro Preto.
“Subi na torre da igreja,
Mexi no balado do sino,
Seu Padre falou:
“Que é isto meu Filho ??????”.
Desci castigando homem mulher e menino.
- O que faz "nóis" quando não bebe
"Nóis" bebe
Salto de pulga carreira de lebre
Para que nossos filhos não sejam filho de viajante
nem de vizinho mais próximo
Deus é Pai e a Cachaça vai ““.:
La pelas quatro e meia da tarde quando parte já almoçava a outra insistia no golo chegaram de surpresa Sergio Delgado, Odulio e Calota, ai sou obrigado a encerrar a prosa por aqui, pois tenho que arrumar uma sacola e ir reforçar a geladeira a Feijoada serviu todos e ainda sobrou uma marmita pro Marcelo comer na segunda.
Um comentário:
Agora eu vou decorar essa reza e da próxima vez que eu for aí vai estar na ponta da língua!
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